01/05/08

Onde os fracos não tem vez

Depois de muitos anos acompanhando o futebol cheguei a uma conclusão. O futebol sempre foi uma espécie de combates entre Highlanders.
Só pode restar um (There can be only one).
Digo isso porque por mais que tenhamos tentado para o Brasil o modelo de pontos corridos fica cada vez mais claro que o mata-mata ou play-off se configuram como um tipo de disputa que traz mais prazer, emoção e envolvimento do torcedor.
Aos apressados de plantão que gritam a plenos pulmões que a Europa faz a disputa por pontos corridos há anos com muito sucesso eu apenas lembro que os EUA tem o modelo de negócios de esporte profissional mais bem sucedido entre todos. E pergunto qual o esporte nos EUA que é disputado por pontos corridos ? Eu respondo. Nenhum. Rigorosamente todos tem uma fase de classificação seguida por um play-off em mais ou menos fases. Senão vejamos: Basquete (NBA, NCAA), Futebol Americano (NFL), Hóquei (NHL), Beisebol (MLB). Até o golfe (é esporte?). A Nascar ao contrario da F-1 também tem play-off.
Digo isso tudo por que acredito que estejamos no momento certo para retornar ao modelo de disputa do campeonato brasileiro com play-off.
Devemos deixar a hipocrisia de lado para admitir que o argumento da quantidade de publico no estádio é apenas uma desculpa que serve apenas para mascarar as deficiências que temos em prover o evento futebol dos elementos que o tornem uma experiência de entretenimento encantadora o suficiente para que isso se torna a prioridade do torcedor. A paixão pelo futebol seria capaz de fazer com que os estádios estivessem permanentemente cheios, se o espetáculo agradasse.
Quem, por muito tempo, aguenta enfrentar filas e desorganização para comprar ingressos. Falta de serviços básicos, violência para entrar, ficar ou sair do estádio?
Com certeza o crescimento econômico do país a médio e longo prazo fará sua parte no sentido de dar condições aos torcedores de ter um orçamento que suporte a ida ao campo.
Mas o torcedor irá optar por isso?
Certamente que não, se continuarmos a trata-lo como um detalhe desta equação e não a sua variável de referência.
O torcedor não é dependente do futebol. Mas o futebol é umbilicalmente dependente do torcedor.

31/01/08

A 4a rodada

Se fosse para falar do que aconteceu nesta rodada seria muito economico nas palavras porque o inicio de ano tem apresentado uma regularidade que não ocorre há muitos anos no campeonato carioca. Os grandes vencem, os pequenos se engalfinham e desta forma os 4 times de torcida caminham para uma, acredite, inédita semifinal entre os 4. Acredite ou não, desde a implantação do campeonato com turno, semifinais e final. Os 4 grandes do Rio jamais tiveram uma disputa apenas entre si.

Parece ser o renascimento da grande rivalidade.

Torçamos pois.

Abraços,

30/01/08

Surpresas e Constatações do campeonato carioca

Constatações

Fluminense contratou muito, de novo.

Renato Gaucho acha que é técnico pronto.

Dodô é o melhor dos 3 atacantes do Fluminense.

Gustavo Nery não joga nada.

Cuca sabe armar time, mas ainda não sabe ganhar campeonato.

A direção do Vasco faz apostas demais na direção do time.

Romário perdeu o bonde da história. Já deveria ter parado.

Surpresas

As contratações e o desempenho do time do Botafogo

Jorge Henrique como atacante.

A draga dos times pequenos no campeonato carioca.

O grande aumento no preço dos ingressos.

28/01/08

Pitaco sobre o Pato

E o Pato voltou a fazer gol. Impresionante a qualidade técnica do garoto. Será um fenômeno ? Muitos apostam, eu torço para que sim. Tem tudo para ser. Aos 18 anos está fazendo coisas que muito poucos fizeram. Recentemente apenas Messi que aos 19/20 disputa o título de melhor do mundo com chances reais. Antes disso um Ronaldo em início de carreira avassaladora sendo 2 vezes o melhor aos 21 anos.

Como a história mostra não basta apenas talento. Há que se trabalhar muito, ter sorte, um time que ajude e sobretudo não se machucar muito. Destes aspectos o último parece ser um fantasma que cada dia mais assombra os jogadores em virtude da violência que o jogo tem apresentado e da leniencia dos árbitros.

E o Pato com isso? Simples. O seu equilíbrio (mental, familiar, etc) será fundamental para que não seja levado a acreditar que o talento basta. Temos exemplos de sobra como Edmundo, Djalminha entre outros.

De tudo o que vi deste protótipo de gênio o que mais me impressionou foi a sua qualidade com que faz tanto o chute, o cabeceio e o drible. Uma combinação explosiva que remete aos melhores de todos os tempos.

Torçamos então para que ele realize tudo o que pode. Ele merece. E o futebol também.

Abraços,

27/01/08

Carioca 2008

Depois de 3 jogos já conseguimos perceber os pontos fortes e os pontos fracos de cada time. Claro que ainda é cedo para se definir os times que efetivamente chegarão à disputa do título. Quando a fórmula do campeonato é nos moldes do campeonato carioca fica claro que muita coisa pode mudar, já que são 3 campeonatos em 1. A Taça Guanabara, a Taça Rio e a Final.
De qualquer maneira é muito evidente que os elencos de Flamengo e Fluminense se sobressaem com o Flamengo mais arrumado, equilibrado e eficiente, faltando um teste mais consistente.
Fluminense terá que resolver a falta de equilibrio do seu sistema defensivo com os 3 atacentes. Thiago Silva não poderá resolver sozinho todos os problemas que o meio-campo não resolve com os laterias, principalmente os laterais (Gabriel menos que G. Nery). Cícero será titular já-já. Talvez a resposta seja 3 zagueiros.
Vasco terá que buscar muito suor para compensar o que falta de qualidade. Alex Teixeira provavelmente precisará de um tempo para se firmar. Leandro Bonfim pode ser a surpresa do time. Quanto aos pequenos, estes ficarão como fiéis da balança para os grandes quando roubarem pontos como o Cardoso Moreira fez com o Fluminense.
O time que surpreende neste início de campeonato é o Botafogo. O time que perdeu seus principais jogadores no aspecto técnico, com exceção de Lucio Flávio. Cuca tratou de substituir os jogadores por outros de menor qualidade técnica porém de maior valor tático. Está certo ele? O que foi adicionado taticamente será suficiente para fazer frente ao que foi perdido tecnicamente ? Esta é a grande pergunta a ser respondida mais à frente. Por enquanto, Lucio Flavio e Jorge Henrique assumiram a responsabilidade técnica do time em campo e no gol o goleiro Castillo parece dar fim ao drama recente dos goleiros alvinegros.
De qualquer maneira os grandes do Rio parecem estar subindo os degraus necessários para voltar a disputar com regularidade os títulos mais importantes.
O campeonato promente muitas emoções. Vamos a elas então!
Abraços,

25/01/08

Futebol não é F1

O campeonato carioca começou a versão 2008 com praticamente tudo dentro dos conformes.

Eu sou daqueles que sempre espera algumas rodadas para falar alguma coisa porque acredito que somente depois de se colocar os jogadores em forma é que alguma coisa séria pode ser dita.

Independentemente disso fica claro que o campeonato tende a ser cada vez mais um torneio de pré-temporada. Digo isso com dor no coração. Sou da geração que aprendeu a gostar de futebol através das rivalidades arraigadas que existem entre times da mesma cidade e que disputam ano a ano os títulos estaduais. E me desculpem os managers, economistas e tecnocratas do futebol, mas é isso que desperta a verdadeira paixão de torcedor. Não o volume econômico da MARCA.

Daqui a 20 anos sobrarão cerca de 8 grandes times na 1a divisão do Brasileiro, ao invés de 13. Os campeonatos regionais continuarão a perder força veremos e inclusive na seleção brasileira o reflexo deste movimento. Teremos cada vez menos jogadores de alto nível para escolher o que selecionar. Vários times terão sucumbido. Temos exemplos recentes de times representativos que se já não sucumbiram estão em vias de fazê-lo.

Não vamos transformar o futebol na F1, em que o orçamento proibitivo faz com que a categoria seja um oásis para pouquíssimos. O Futebol não tem essa vocação e não precisa disso para se fazer respeitar. Existem muitas outras maneiras de se buscar a excelência técnica.

Deixo uma pergunta a você torcedor. Qual o seu momento inesquecível no futebol fora a seleção brasileira ? Foi num campeonato estadual ou brasileiro?

15/12/07

Leandro Amaral - o combinado e o contratado

Parece que mais uma vez jogadores, empresários e dirigentes vão protagonizar uma comédia de erros. Leandro Amaral, eleito um dos melhores do campeonato brasileiro, está no centro das mais recente discussão envolvendo o cumprimento de um contrato.
Sem entrar no méritos de cada parte deste episódio (e são muitas), penso que é pertinente centrarmos a discussão nos aspectos que levam tantos jogadores e cartolas às vias extra-esportivas para rompimento de um contrato. Quando falo de extra-esportivas não me refiro apenas aos tribunais, mas toda a sorte de manobras envolvendo inclusive a mídia.
Acusações à parte é notório que apenas países do submundo do futebol tem se notabilizado por esta prática. Se olharmos para os principais campeonatos europeus não veremos casos similares.
Não sei se houve acordo verbal entre o jogador e os dirigentes, ou encontros secretos, condutas muito mais comuns do que imaginamos. Mas, se há manifesto interesse de Leandro Amaral em sair do clube sob determinadas condições por que não colocar isto preto no branco? O contrato é ou não é a manifestação de todas as exigências das partes? Por outro lado se há um acordo verbal porque não cumpri-lo e manter a palavra, ao invés de omitir o fato e cumprir apenas o escrito ?
Se o clube tirou o jogador do ostracismo e ele passou a brilhar desde então, foi por mérito, esforço e competência deste jogador. Se o jogador não colocou no seu contrato tudo aquilo que desejava, não o fez por culpa exclusiva sua. Portanto, não há que se cobrar o que não foi combinado, mas sim o que foi contratado.
A mim parece que há uma clara distorção no caráter de muitos que militam no futebol. A mesma distorção que faz com que o presidente do país chame de aloprados os seus colaboradores envolvidos em corrupção, ou mesmo os acordos espúreos dos senadores no caso da absolvição do presidente da casa. O futebol, assim como o país carece de uma dignificação dos seus representantes antes que, de tanto ouvirmos as mentiras deslavadas proferidas por eles, passemos a acreditar nelas.
Este imbroglio, mais um aliás, pode nos dar a oportunidade de elevar um degrau nas relações entre jogadore, clubes, torcidas, representantes e imprensa. Digo isso porque é hora de se ter mais responsabilidade pelos atos tomados. Contrato assinado. Contrato cumprido. Palavra dada. Palavra cumprida. Contrato rompido, aliciamento feito, a punição está prevista em código esportivo. Denuncia-se. Cada um com seu pedaço. Já é mais do que suficiente pra cuidar.
Gosto de um ditado que não sei o autor: "Deus deu uma vida pra cada um, pra cada um cuidar da sua".
Abraços,